Índice
O Festival de Cannes 2025 terminou há algumas semanas, mas algumas obras exibidas por lá continuam rendendo assunto — especialmente entre os cinéfilos atentos aos filmes que passaram fora da competição oficial. Uma dessas produções é O Esquema Fenício, o mais novo trabalho do diretor Wes Anderson, que estreou nos cinemas brasileiros em 29 de maio e já vem conquistando a atenção do público.
Com um elenco estrelado que inclui Tom Hanks, Benicio del Toro, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch, entre muitos outros, o filme mistura crime, ação e estética refinada, e mostra que o estilo de Anderson continua intacto — para o bem e para o mal.
Mas afinal, a obra vale a pena?
Uma herança bilionária e uma disputa explosiva
A trama gira em torno de um magnata da indústria de armamentos e da aviação que sobrevive a um acidente aéreo. Após o susto, ele decide deixar toda a sua fortuna para sua filha, que vive reclusa em um convento como freira. No entanto, seus bens estão cercados por interesses de diferentes lados, incluindo membros da própria família, rivais corporativos e até uma quadrilha.
Para assegurar o destino da herança, o empresário elabora um plano ousado chamado “Projeto Fenícia”. A partir daí, uma série de reviravoltas começa, com traições, violência e jogos de poder — tudo embalado pelo inconfundível toque visual de Wes Anderson.
O enredo, apesar de sofisticado, é recheado de tensão, mistério e ação. Por isso, o filme recebeu classificação indicativa para maiores de 18 anos, com cenas de violência e temas sensíveis.
Estilo visual inconfundível e um elenco de peso
Visualmente, O Esquema Fenício mantém a assinatura clássica de Anderson: cores saturadas, composições geométricas, simetria e cenários que parecem pinturas em movimento. É impossível não lembrar de O Grande Hotel Budapeste, lançado há 11 anos e ainda considerado por muitos como sua obra-prima.
Nos últimos anos, o diretor manteve esse estilo em títulos como The Swan e The Ratcatcher (2023) e The Wonderful Story of Henry Sugar (2024). Agora, com O Esquema Fenício, ele aprofunda ainda mais esse universo visual, contrastando beleza estética com narrativas sobre ganância e corrupção.
No elenco, além dos já citados, estão Rupert Friend, Bill Murray, Michael Cera, Bryan Cranston e Riz Ahmed — todos nomes que, sozinhos, poderiam protagonizar grandes produções. Com tantas estrelas reunidas, é difícil imaginar um fracasso total.
Bilheteria promissora, mas recepção crítica mista
Apesar da expectativa gerada por Cannes (o filme foi exibido fora da competição no dia 18 de maio), a recepção crítica foi moderada. A estética e o estilo visual foram amplamente elogiados, assim como os diálogos sofisticados e o cuidado artístico em cada cena.
No entanto, alguns pontos geraram frustração. Entre as principais críticas estão os diálogos excessivamente elaborados, que tornam o enredo difícil de acompanhar em tempo real, e uma certa frieza emocional — algo recorrente em obras mais autorais de Anderson.
No IMDb, a nota é 6,9, o que indica uma avaliação razoável, mas longe do entusiasmo que se esperava.
Mesmo assim, o apelo do elenco e o prestígio do diretor devem garantir um bom desempenho nas bilheterias, especialmente entre o público que aprecia obras visuais, narrativas complexas e produções de autor.
Vale a pena assistir?
O Esquema Fenício não é um filme para todos. Ele exige atenção, paciência e gosto por uma estética específica. Para fãs de Wes Anderson e de filmes com múltiplos personagens, intrigas familiares e cenários sofisticados, é um prato cheio. Para quem espera uma narrativa direta ou uma ação convencional, talvez a experiência seja mais desafiadora.
Ainda assim, é uma obra que provoca, diverte e intriga — e, por isso, merece seu espaço nas telas. E para quem preferir ver em casa, o filme deve chegar ao YouCine no dia 30 de junho.
Comentários