Lançada originalmente como um spin-off da franquia que parecia interminável de The Walking Dead, Dead City surgiu em 2023 com a promessa de renovar o apocalipse zumbi colocando dois dos personagens mais complexos e contraditórios da série original — Maggie (Lauren Cohan) e Negan (Jeffrey Dean Morgan) — em uma Nova York devastada, repleta de perigos, tensões não resolvidas e, claro, mortos-vivos. A primeira temporada até conseguiu gerar certo interesse ao focar nessa dinâmica dúbia entre vingança e redenção, mas a segunda, que estreou nos EUA em maio de 2025, infelizmente, mostra sinais evidentes de desgaste.
Dessa vez, acompanhamos Maggie e Negan em lados opostos de um conflito mais amplo — a disputa pelo controle do metano em Manhattan, entre a chamada Nova Babilônia e outros grupos armados. A ideia até tem seu valor, pelo menos no papel: explorar uma Nova York dividida em feudos, num embate que remete a guerras comunitárias de temporadas anteriores. Mas a execução… bem, essa fica devendo.
Apesar de uma ou outra tentativa de refrescar o universo zumbi — como a introdução de novos personagens e facções com visual de Mad Max reciclado — o roteiro segue atolado nas mesmas escolhas criativas de sempre: exposição desnecessária, diálogos forçados e cenas de ação genéricas. E pior: abre a temporada com um episódio que claramente serve de “encher linguiça”, algo inadmissível para uma série com apenas oito capítulos.
A direção até tenta manter o clima tenso e soturno, e os figurinos fazem o possível para imprimir identidade aos grupos em conflito, mas nada disso se sustenta diante de um roteiro que aposta em recursos pouco inspirados, como a famigerada “Lucille eletrificada”, que em vez de impactar, arranca risos involuntários. Em termos simples: parece fanfic.
Dito isso, há méritos inegáveis. A química entre Lauren Cohan e Jeffrey Dean Morgan continua forte, e são eles que seguram boa parte da temporada com carisma e entrega. O arco de redenção de Negan, mesmo sendo repetido à exaustão, ainda consegue gerar momentos de ambiguidade interessantes — ainda que a tentativa de retratar Maggie como uma quase vilã torne tudo mais artificial do que complexo.
Aliás, esse é o maior problema da temporada: tudo soa artificial. Desde a ambientação de Nova Babilônia (em que todos agem como personagens de uma novela de época disfarçada de distopia) até os conflitos entre personagens secundários, que entram e saem sem causar o menor impacto. A sensação é de uma série que tenta parecer profunda, mas não se dá o trabalho de cavar.
No Brasil, onde a estreia ainda não aconteceu (e provavelmente só deve chegar em 2026, se seguir o atraso da primeira temporada), talvez haja alguma expectativa por parte dos fãs mais leais da franquia. Mas para quem já vem sofrendo de fadiga zumbi — e vamos ser honestos, esse número só cresce — Dead City não entrega o frescor prometido. Pelo contrário, parece mais uma tentativa de manter viva uma franquia que já morreu faz tempo, ironicamente, arrastando seus próprios cadáveres por Manhattan.
Já está disponível no YouCine
Embora a segunda temporada de The Walking Dead: Dead City ainda não tenha uma data oficial de lançamento no Brasil pelos canais tradicionais, os episódios já estão disponíveis no YouCine. Para quem não quer esperar a chegada nos serviços de streaming convencionais como Prime Video ou na grade do canal AMC Brasil, o YouCine oferece acesso rápido à nova temporada, com legendas em português e qualidade estável. É uma alternativa prática para os fãs acompanharem o desenrolar da história de Maggie e Negan diretamente no seu celular, Smart TV ou TV Box.
The Walking Dead: Dead City – Temporada 2 (EUA, 2025)
Criação: Eli Jorné (baseado na obra de Robert Kirkman)
Elenco: Lauren Cohan, Jeffrey Dean Morgan, Gaius Charles, Željko Ivanek, Mahina Napoleon
Episódios: 8
Plataforma: AMC / AMC+ (EUA)
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